Al Gore organiza evento sobre mudanças climáticas e saúde

em 19 February, 2017


SAUDE

Na cidade de Atlanta, nos Estados Unidos, cientistas, epidemiologistas e profissionais de saúde de todo o mundo deveriam se reunir para discutir a ameaça crescente das mudanças climáticas sobre a saúde pública. Mas na última hora, a administração de Donald Trump, cancelou o evento. Em resposta, o ex-vice-presidente Al Gore, junto com o Instituto de Saúde Global de Harvard, a Associação Americana de Saúde Pública e o Climate Reality Project, entre outros, decidiram organizar um evento paralelo, o Encontro sobre Clima e Saúde, que aconteceu nesta quinta-feira, 16 de fevereiro.

“Hoje enfrentamos um clima político desafiador, mas a crise climática não deve ser política. Não é apenas a maior crise existencial que enfrentamos: ela também está causando uma emergência de saúde global, onde as apostas são de vida ou morte”, afirma Al Gore, ex-Vice Presidente dos Estados Unidos e fundador do Climate Reality Project. “Devido à urgência dessas ameaças, vários parceiros e eu decidimos organizar o Encontro de Clima e Saúde para preencher o vazio deixado pela Cúpula sobre Clima e Saúde, originalmente organizada pelo Centers for Disease Control e Prevention, do governo, que foi cancelada abruptamente no mês passado”, completa.

Saúde – stress térmico

Entre 2030 e 2050, as alterações climáticas deverão causar cerca de 250 000 mortes adicionais por ano, provenientes da má nutrição, da malária, da diarreia e do stress térmico. Os custos diretos desses danos para a saúde (isto é, excluindo setores determinantes para a saúde, como agricultura, água e saneamento), são estimados entre US$ 2-4 bilhões / ano até 2030, segundo a Organização Mundial de Saúde.

“As alterações climáticas e a poluição do ar causada pela queima de combustíveis fósseis são as principais ameaças à saúde do século XXI”, destaca Frederica Perera, PhD, Professora da Columbia University e Diretora do Centro Columbia para a Saúde Ambiental Infantil. “Mas são as crianças pequenas que sofrem mais com as alterações climáticas e a poluição do ar oriunda da combustão de carvão, petróleo, gasolina, diesel e gás natural. A ciência é clara: reduzir nossa dependência dos combustíveis fósseis traz benefícios econômicos e para a saúde altamente significativos para crianças em todo o mundo, tanto imediatamente quanto no futuro. Sabendo disso, temos um imperativo moral de promulgar políticas de energia e clima centradas na criança para proteger este grupo mais vulnerável”, alerta.

Margaret Chan, diretora da Organização Mundial de Saúde, pede uma maior colaboração entre as organizações de saúde do mundo face ao ambiente político desafiador nos Estados Unidos: “Em um mundo pós-verdade e pós-fato, as opiniões que apelam para emoções e crenças pessoais são mais influentes do que evidências objetivas baseadas em Ciência. Precisamos defender a ciência e os fatos como nunca antes.” Com informações da assessoria.

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