Terapia verde se fortalece na pandemia, graças aos benefícios do cultivo de plantas em casa

em 4 February, 2022


Terapia

Estresse, ansiedade, depressão, quem nunca enfrentou algum desses problemas, provavelmente conhece alguém que sofre ou já sofreu com um desses sintomas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o Brasil é o país com a maior prevalência de ansiedade no mundo (9,3% da população), o segundo maior em número de pessoas com depressão (5,8%), somente atrás dos Estados Unidos (5,9%) e à frente da prevalência mundial, que é de 4,4%.

O ritmo de vida, principalmente nos ambientes urbanos, com rotinas incessantes de trabalho, estudo e todos os outros compromissos, contribui bastante para este cenário, que foi potencializado com a pandemia da Covid-19.

A psicoterapeuta Juliana Cambaúva, especializada em psicoterapia corporal, ressalta a importância da saúde integrativa, ou seja, a necessidade de estar atento ao funcionamento do nosso corpo como um todo e ao mesmo tempo integrado ao meio ambiente que habitamos.

“O ritmo de vida, principalmente nos grandes centros urbanos, está muito conectado com esses altos índices. Muito em função do pouco tempo que temos para ficarmos ociosos, manter uma disciplina de sono, de alimentação, das nossas necessidades básicas. É importante tirar momentos para analisar as nossas necessidades e o acompanhamento psicoterápico contribui muito para isso”, explica a especialista.

Juliana acredita também, que além da psicoterapia existem alternativas que podem contribuir para o bem-estar mental, como o cuidado com as plantas. Estudiosa do tema, ela inclusive conta que não só tem aderido à prática dentro da sua clínica, com os seus pacientes, mas também levou para a sua vida pessoal, passando a ter um convívio mais intenso com o verde e sendo uma “guardiã das plantas”, como gosta de chamar.

“A pandemia nos obrigou a ficar dentro de casa. Essa casa, que na maioria das vezes, era um ambiente dormitório, de passagem. Ao ficarmos confinados nesse espaço, aumentou o desejo de querer melhorá-lo e a necessidade de trazer a natureza para dentro dele. O verde acalma, dá uma sensação de frescor, de amplitude. Estar em contato com a natureza, ter planta dentro de casa, ajuda a gente a lembrar e a se reconectar novamente a algo que intuitivamente a gente já sabe, que é o ciclo da vida, já que a planta se renova o tempo todo”, conclui a profissional.

Juliana lembra outros benefícios que o cultivo domiciliar de plantas pode oferecer: existem comprovações cientificas de que as plantas podem melhorar a qualidade do ar dentro de casa, beneficiando a saúde como um todo, além de deixar os ambientes mais bonitos e harmônicos.

“É importante também ressaltar que um dos grandes benefícios é essa possibilidade meditativa, de contemplação, que propicia a gente desacelerar, que elas têm. Ter uma horta em casa, cuidar de uma planta é uma oportunidade de reaprendermos a ter um ritmo mais lento, mais receptivo, o que acaba sendo terapêutico porque compensa o ritmo mais acelerado do mundo externo”.

 Home & Garden

Para alguns visto como um novo hobby, para outros uma adesão ao “urban jungle”, uma decoração que consiste em incluir elementos ligados a natureza no interior das residências, o fato é que o número de adeptos a ter e cuidar de plantas em casa vem crescendo cada vez mais entre a população urbana. O Brasil está entre os 15 maiores produtores de plantas e flores do mundo e o setor mantém um crescimento de 8% a 10% ao ano, desde 2012, segundo dados do Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura). Mas, nos últimos anos este número saltou e a tendência é de crescimento para os próximos anos.

A Forth Jardim, empresa brasileira especializada em soluções para os cuidados com as plantas, sentiu esse crescimento de perto. De 2019 para 2020, a empresa aumentou 50,7% o faturamento e no último ano, o crescimento foi de 24%, em relação ao ano anterior.

“Houve uma popularização inicial de plantas e flores como decoração, que foi se transformando com o tempo e vimos nascer um novo termo: “biofilia”, que sintetiza a expressão máxima da nossa necessidade de conexão com a natureza e do amor às coisas vivas. Como consequência, sentimos que as pessoas estão mais interessadas em aprender como cuidar da forma certa e a usar o produto mais adequado, para ver a planta bem e se desenvolvendo. Percebemos também na interação com nossos clientes que este novo hábito tem se traduzido em mais bem-estar, o que os tem motivado a manter e expandir essa prática”, avalia Isadora Reis, gerente de Inteligência de Mercado da Forth Jardim. Com informações da assessoria.




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