RJ lança mapa sobre o impacto das mudanças climáticas

em 29 March, 2011


Se até 2040 o panorama climático do planeta se mantiver no rumo atual, com a continuada liberação de gás carbônico na atmosfera, especialistas acreditam que diversas mudanças climáticas podem acontecer, como alterações nos índices pluviométricos e na temperatura. Como os municípios do Rio de Janeiro estão se preparando para esta possibilidade e qual o grau de exposição de cada um deles nos próximos 30 anos?

Para responder a estas perguntas, a Fiocruz desenvolveu um estudo encomendado pela Secretaria Estadual de Ambiente e com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) do Rio de Janeiro. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e a Fiocruz-Minas, integram a iniciativa.

Trata-se do projeto “Mapa de Vulnerabilidade da População do Estado do Rio de Janeiro aos Impactos das Mudanças Climáticas nas Áreas Social, Saúde e Ambiental”,  que apresenta os municípios mais e menos vulneráveis às mudanças climáticas.

Os indicadores municipais levaram em consideração aspectos da epidemiologia de doenças, acesso a educação, emprego e moradia e características ambientais de cada região, sob o impacto de cenários climáticos possíveis para os próximos 30 anos 

O trabalho criou um cálculo do índice de vulnerabilidade municipal cuja fórmula considera os seguintes componentes: saúde, ambiente e sociais, tais como, números de casos de doenças infecciosas influenciadas pelo clima, renda e acesso da população a trabalho e habitação, além das características de cobertura vegetal e da fauna de cada um dos 92 municípios do estado.

O objetivo do projeto foi indicar a vulnerabilidade e a exposição de cada um deles às mudanças climáticas previstas para os próximos 30 anos, considerando um cenário pior e outro melhor. Dentre os principais resultados encontrados, o estudo apontou a macrorregião Metropolitana e seu entorno como a mais vulnerável, em especial pelo elevado número de casos de dengue e pelas mortes ocasionadas por enchentes e deslizamentos de terra. Municípios da chamada Costa Verde, como Angra dos Reis e Paraty, que se destacam pela grande vulnerabilidade ambiental.

Mapas de vulnerabilidade

O índice de vulnerabilidade municipal proposto pelo estudo é definido a partir de três componentes (vulnerabilidade da saúde, da família e do ambiente), cada uma variando entre 0 (o melhor cenário, comparativamente) e 1 (o pior). Os indicadores são combinados e projetados em cenários climáticos possíveis para o período de 2010 a 2040, gerando os índices de vulnerabilidade municipal finais, que também variam de 0 a 1.

Os indicadores municipais levaram em consideração aspectos da epidemiologia de doenças, acesso a educação, emprego e moradia e características ambientais de cada região, sob o impacto de cenários climáticos possíveis para os próximos 30 anos 

A vulnerabilidade da saúde é estimada a partir de dados oficiais do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre a morbidade relativa a três doenças presentes de forma endêmico-epidêmica no estado (dengue, leptospirose, leishmaniose) e pela mortalidade causada por diarreia em crianças menos de 5 anos. O índice de vulnerabilidade social da família, baseado em dados do Censo Demográfico 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), engloba uma série de fatores coletivos e contextuais – como estrutura familiar, acesso ao conhecimento, acesso ao trabalho, renda, desenvolvimento infanto-juvenil e condições habitacionais – para identificar municípios onde os grupos sociais tenham menor capacidade de reagir a adversidades e a possíveis impactos das mudanças do clima.

O terceiro índice, que contempla a vulnerabilidade ambiental, considera as características de sistemas biofísicos suscetíveis aos efeitos do clima. Entre os indicadores avaliados estão cobertura vegetal, conservação da biodiversidade e eventos hidrometeorológicos extremos (como mortes relacionadas a chuvas e enchentes, conforme registro da Defesa Civil).

A pesquisa desenvolveu mapas de vulnerabilidade baseados no cenário mais pessimista – característico de um mundo futuro de crescimento econômico muito rápido, com reduções apenas medianas na utilização de combustíveis fósseis e na emissão de gases poluidores na atmosfera. Com informações do Instituto Oswaldo Cruz.

Veja a íntegra do Relatório aqui.




Deixe um comentário