Como advocacy conduz as organizações rumo a práticas mais sustentáveis

em 9 January, 2024


GREEN

Artigo de Carolina Maestri.

Ser sustentável não é mais uma simples tendência emergente no mundo corporativo, já é uma realidade para uma enorme parte das organizações. Agora, as empresas estão buscando ir além e ampliar as suas práticas para níveis ainda maiores, estabelecendo uma cultura de ESG (Environmental, Social, and Governance) com sua cadeia de valor. Isso porque elas estão cada vez mais cientes de que essas responsabilidades não são apenas uma escolha ética, mas também uma necessidade estratégica para o sucesso a longo prazo.

Segundo dados da consultoria global ManpowerGroup, 42% das empresas no Brasil estão direcionando os seus esforços prioritariamente para o aspecto social do ESG, superando a média global que se estabelece em 37%. Em seguida, o aspecto ambiental figura como a segunda prioridade, seguido pela governança corporativa.

Esses números nos mostram o valor cada vez maior que as empresas estão dando à implementação de práticas sociais e à adoção de uma governança transparente. Implementar políticas internas que promovam a diversidade, equidade e inclusão não apenas melhora a cultura organizacional, mas também impulsiona a inovação e a criatividade ao trazer perspectivas variadas para a mesa. Estratégias de governança transparentes e éticas são fundamentais para construir a confiança dos stakeholders, além de garantir o êxito empresarial e a uma reputação sólida no mercado.

Entretanto, ao considerar a integração de práticas sustentáveis, é crucial reconhecer a importância dos stakeholders, ou seja, as partes interessadas. Eles são muito importantes para a prosperidade de qualquer empresa, e a inclusão dos seus pontos de vista e preocupações é imprescindível, pois, além de desempenharem um papel crítico nas operações, também podem ser aliados valiosos na promoção de práticas sustentáveis.

Além dos próprios colaboradores da empresa, os clientes, fornecedores, investidores e as comunidades locais também constituem as parcelas de stakeholders. E, à medida que as demandas aumentam, surge a necessidade do advocacy, que nada mais é do que a defesa ativa de causas ambientais e sociais. O advocacy não só sensibiliza, como também mobiliza e influencia as partes interessadas a adotarem políticas e práticas mais responsáveis.

O papel do advocacy nisso tudo

O advocacy vai além do simples engajamento dos stakeholders. Ele não só amplifica as vozes das partes interessadas, mas também garante que as ações corporativas estejam alinhadas com os valores sustentáveis.

Em um mundo cada vez mais impulsionado pela tecnologia, é necessário destacar como o advocacy e a colaboração no ESG podem ser potencializados pela inovação digital. Plataformas digitais e redes sociais são relevantes na disseminação de informações e na mobilização de apoio. Ferramentas analíticas e tecnologias emergentes também podem ser empregadas para avaliar o impacto ambiental e social. Isso facilita para a tomada de decisões mais informadas e, consequentemente, mais assertivas.

Quando interligamos o advocacy e a colaboração no ESG com o mercado de tecnologia, as organizações podem alcançar uma amplitude maior de stakeholders, promover a transparência e gerar impacto positivo mais facilmente. Isso porque a tecnologia, além de aumentar a conscientização, fornece ferramentas para inovar, monitorar e relatar o progresso rumo a metas sustentáveis.

A utilização de tecnologias como Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) pode ser um grande impulsionador nesse caminho. A IA pode ser usada para analisar dados e identificar padrões que ajudem a tomar decisões mais informadas e eficientes, enquanto a IoT pode proporcionar uma maior visibilidade e controle sobre processos, levando a uma gestão mais sustentável de recursos.

O resultado final é uma abordagem holística que não apenas melhora o desempenho da empresa, mas também impacta positivamente a sociedade e o meio ambiente.

Portanto, a transição para a sustentabilidade corporativa é vista, agora, como uma necessidade estratégica para o sucesso a longo prazo das organizações. Nesse sentido, o advocacy emerge como um elemento amplamente essencial, envolvendo partes interessadas e assegurando que ações corporativas estejam alinhadas com valores sustentáveis.

Carolina Maestri é Diretora de ESG & EHS e RH da ODATA.




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